Revista Galwan 2022

Da Tronqueira em diante só a pé. Ou seja, a metade do caminho é possível fazer de car- ro, dando acessibilidade a todas as idades e condições físicas. A partir da Tronqueira tor- na-se um roteiro de aventura, mas plena- mente possível até para quem não tem muito condicionamento físico. Precisa, contudo, es- tar com calçados e roupas apropriadas para evitar hipotermia e munido de água e alimen- tos calóricos e ricos em bons carboidratos. Tomados estes cuidados, é devagar e sempre que se chega lá! Ainda há a possibilidade da Travessia, cru- zando de Minas Gerais para o Espírito Santo atravessando os três picos: da Bandeira, do Calçado e do Cristal. Ao todo são 11,5 quilô- metros de caminhada entre vales, montanhas e cachoeiras. Mas se a opção for fazer o per- curso de carro são 30 quilômetros de estra- da de chão para se chegar de Alto Caparaó, que todos dizem ter a melhor estrutura para acessar o Parque, até Pedra Menina, distrito capixaba que permite acesso ao Parque pelo lado do Espírito Santo. Guia do Parque há 20 anos, Sairo Guedes é recorde de cume do Pico e ressalta que antes da pandemia o Parque recebeu, em 2019, 125 mil pessoas e observa que há uma demanda reprimida, pelo tempo que esteve fechado, no auge da pandemia. “O passeio mais procurado é o que sai às 14 horas para ver o pôr do sol do Terreirão, que é a metade do caminho até o Pico”, explica o guia Sairo. Aí, há a possibilidade de a pessoa descer para a vila depois do pôr do sol (o que demo- ra menos de meia hora de carro ou um pouco mais de um hora de caminhada), ou acampar no Terreirão e dar continuidade à caminhada até o cume no dia seguinte. Uma coisa é certa, além da grandiosidade do parque, é muita beleza e uma avalanche de atrações para uma só viagem. Além da caminhada e dos variados mirantes com vistas deslumbrantes, as cachoeiras são um atrativo e tanto no Parque – e fora dele também - e se não estiver muito frio, na maio- ria das vezes, dá para se banhar nelas, seja na do Vale Encantado, na Cachoeira Bonita ou na Cachoeira do Vale Verde. A do Vale Encantado ficou muito famosa e colocou o Pico da Bandeira de volta ao “mapa turístico” de outros estados depois de uma foto feita por drone de uma moça boiando no Poço verde esmeralda do Vale Encantado. Pronto, a foto viralizou nas redes e o que era quase ex- clusivo de mineiros e capixabas começou a receber turistas do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e outros pontos mais distantes. Quem descobriu o motivo destas “visitas” inesperadas foi Ronald dos Santos Gripp, do Hotel Parque Caparaó, que fica quase na en- trada do parque. “Comecei a ver no estacio- namento do hotel placas de carros de cidades nunca vistas por aqui nestes 40 anos de hote- laria e comecei a perguntar como aquelas pes- soas chegaram até o parque. A maioria dizia que tinha visto uma foto da cachoeira Vale En- cantado na Internet ou que alguém tinha vindo e falado. Fui pesquisar e estava lá o motivo da nova onda de turismo: uma bela foto viralizada na internet”, conta Ronald. Há 43 anos ele luta por mais união e me- lhorias na região, sendo um verdadeiro incentivador das belezas e riquezas do Caparaó, cuja palavra significa exatamente o que o lugar mais encanta: águas crista- linas que descem as montanhas. TURISMO - ES Circuito Gourmet do Alto Caparaó Caparaó Parque Hotel Ronald Santos Gripp TURISMO - ES Foto: Weverson Rocio R e v i s t a G a l w a n • 131 130 • R e v i s t a G a l w a n R e v i s t a G a l w a n • 131

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